terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Porque eu faço o que eu quero...

Aluno do ensino secundário: 
pequeno ser fofinho e encantador que descobre finalmente as alegrias da autonomia, da autoeficácia e da alta autoestima – «Não, professora, não vou passar… Eu já sei isto tudo… Não preciso de passar!!» – e que, no dia do teste, escreve «Inglish» no cabeçalho, nos chama constantemente – «Não percebo o que é que é pra fazer aqui…» – e fica ofendidíssimo quando lhe respondemos «Desenrasca-te!!»...

Faltas por doença | Esclarecimento do IGeFE


Porque parece que nem todas as escolas adotam o mesmo procedimento relativamente aos descontos a efetuar quando o funcionário solicita a substituição dos 3 primeiros dias de faltas por doença por dias de férias (ao abrigo do artº 102º do ECD - se não souber do que falo, carregue aqui), o SPN solicitou um esclarecimento.

Decorre esta confusão do facto de haver escolas que, a pedido do funcionário, convertem os 3 primeiros dias em dias de férias (em que apenas se perde o subsídio de refeição) descontando, porém, a 100% o 4º, 5º e 6º dia.

Ora, de acordo com informação prestada pelo próprio IGeFE e divulgado pelo SPN (aqui), nos casos em que seja solicitada a substituição acima referida, haverá lugar a um desconto de "apenas" 10% da remuneração de base diária entre o 4º e 30º dia de ausência por doença.



segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Gosto...

Música de "ZAYN & Taylor Swift" - (Tema: I Don’t Wanna Live Forever)

Para em breve recordar...

Excesso de zelo: 
 Comportamento ou atitude que revela cuidado desnecessário ou que prejudica em vez de ser útil. 
Fonte: aqui


Preocupações...


Para aguardar bem sentado...


Comentário: O bullying sempre existiu nas escolas... Sempre foi um problema, mais ou menos contido, mais ou menos abafado e inúmeras vezes, menosprezado. E se antes a violência era restrita a um determinado local e tempo, agora com as novas tecnologias (e as redes sociais) tudo tomou um escala para mim difícil de imaginar, e que irá perdurar durante muitos e muitos anos. Sim, porque um vídeo que caia na internet nunca mais desaparece e o problema pode ser revisitado.

A criminalização do bullying seria algo de francamente positivo, mas com tanta campanha de desresponsabilização dos nossos jovens e o reforço ideológico de que tudo são direitos, teremos óbvios obstáculos a que isso aconteça.

Para quem tem dificuldade em aceitar a diferença...

...fica um vídeo realmente bom e que é fantástico para aqueles momentos de reflexão que por vezes conseguimos ter com os alunos no final de uma aula.

Com pedido de divulgação...

Vinculação extraordinária – Comunicado do Grupo de Sindicalistas Independentes/ Autonomia Sindical (FENPROF) 

VINCULAÇÃO EXTRAORDINÁRIA – PRIORIDADE AOS PROFESSORES DO ENSINO PÚBLICO 

 1) De acordo com os números anunciados pelo Governo, o processo dito de “Vinculação Extraordinária” irá deixar de fora cerca de 1700 professores contratados do Ensino Público com mais de 12 anos de serviço e 5 contratos nos últimos 6 anos. 

 2) Situação tanto mais intolerável quanto, grande parte das cerca de 2000 vagas anunciadas para o concurso externo poderá vir a ser ocupadas pelos mais de 900 professores vindos do Ensino Privado e que concorrerão na 2.ª prioridade, com todo o seu tempo de serviço no ensino particular (20, 30 e até 36 anos de serviço!). 

3) Esta situação, de claro ultraje a todos aqueles que, ao longo dos anos, deram o melhor do seu esforço à Escola Pública, é absolutamente inaceitável. 

4) Em consequência, o Grupo de Sindicalistas Independentes/ Autonomia Sindical reivindica: 
 A. Que todas as Vagas de quadro a abrir no Concurso Externo para 2017/2018 sejam aditadas aos lugares a preencher no âmbito da vinculação extraordinária prevista. 
 B. Que, se após o processo anterior, sobrarem vagas por preencher, as mesmas sejam ocupadas, por ordem de graduação profissional, por professores contratados da 2.ª prioridade, que hajam lecionado no Ensino Público em 5 dos últimos 6 anos lectivos. 

Pelo Grupo de Sindicalistas Independentes, 
Carlos Vasconcellos

Das injustiças extraordinárias...


Comentário: Quase não consigo conceber o que significam tantos anos de trabalho precário... E se já não bastasse essa precariedade, teremos em breve mais uma vinculação extraordinária, que cumprindo com as anteriores, irá ampliar injustiças. Injustiças essas que não serão novidade, porque já não é a primeira vinculação extraordinária que temos e em todas elas temos mais do mesmo.

Dizem-me que tenho de compreender que "é melhor pouco que nada"... Que "se não fossem estes, não seriam nenhuns"... Que "sabem que o Ministério da Educação não irá cumprir com o Código de Trabalho e que prefere a via dos tribunais".... Enfim. Argumentos vários, que não tiram o amargo de boca que é manter alguém por tempo indeterminado (ou pelo menos, até que as pessoas se cansem e optem por outro percurso) em contratação, e que constata que nada nem ninguém consegue fazer com que a lei se cumpra.

Já perdi a conta às vezes que alertei para as injustiças das vinculações extraordinárias, mas acho que só agora muitos se começam a aperceber que estes processos aleatórios de vinculação vieram para ficar e que, porventura, este será a sua última oportunidade de conseguirem aquilo que o Estado Português se recusa cumprir.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

As pessoas mudam...

Momento ternurento: 
«Eu já o conheço há muitos, muitos, mesmo muitos anos, professora, e ele não era nada assim…», disse-me um miúdo do 5.º ano depois de eu ter dado uma reprimenda ao seu coleguinha de carteira.

Na próxima sexta-feira vamos ter reforços para combater o insucesso...


Comentário: Não sou defensor do "mais vale tarde que nunca", mas no que ao combate ao insucesso escolar diz respeito, todas as ajudas são bem vindas. Bem... Não sei se esta primeira fornada de 500 professores teve algum tipo de formação (apostaria que não), mas se vierem com vontade de ajudar já é bom.

Para terminar, admito estar um pouco cansado de medidas "avulsas" de combate ao insucesso escolar, que oscilam entre a pressão estatística e o trabalho inócuo. Era realmente importante que se aprendesse com o passado, ouvindo quem está no "terreno" e não apenas os académicos.

Para os fracos de memória...


Comentário: Santana Castilho consegue elaborar um resumo de alguns aspetos fulcrais envolvidos na recente negociação relativa à vinculação de professores contratados ad aeternum, nomeadamente aquilo que eu defendo há muito, que é o cumprimento do Código do Trabalho.

Com pedido de divulgação...

...e a merecer uma leitura atenta.

"Carta Aberta ao Ministro da Educação
Emo. Sr. Ministro de Educação
Sara Raquel Bordalo Gonçalves, portadora do BI XXXXXXXX, nascida a 12 de Novembro de 1979, Docente contratada com 11 anos e 278 dias de serviço completos em 31/08/2016 e 12 anos e 53 dias ao dia de hoje (17/01/2017), licenciada em Geografia e Planeamento Regional com Ramo de Formação Educacional, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, curso com a duração de seis anos (pré-Bolonha), com a classificação de 16 valores, vem por este meio contestar os critérios definidos, até ao momento, pelo Ministério de Educação para vinculação extraordinária de docentes contratados a realizar no ano letivo 2016/2017.
Até à data, tirando a norma-travão (em que os professores com 4 renovações ou 5 horários completo seguidos), vinculavam automaticamente, os concursos nacionais sempre tiveram em conta a classificação profissional e o tempo de serviço, sendo que à classificação se somava um valor por cada ano de serviço. Aliás, em qualquer concurso público é tida em conta a habilitação/classificação académica do candidato.
Mais nos últimos 8 anos, só houve um ano em que não fiquei colocada num horário completo anual, por ter sido um ano de concurso geral (2013), mas em que se mantiveram as renovações das escolas TEIP e com autonomia.
Desde 2003, fui colocada em 12 escolas, pertencentes a 3 dos antigos quadro de zona pedagógica, tendo nos últimos anos ficado sempre no QZP7.
Este ano estou colocada desde o dia 1 de Setembro de 2016, o que faz com que este horário seja uma necessidade permanente. Não obstante, e apesar de estar colocada em escolas do Ministério de Educação desde 2003, de forma ininterrupta, querem proibir-me de concorrer em 1ª prioridade, sendo assim ultrapassada por dezenas ou centenas de colegas que estão atrás de mim na lista nacional de graduação profissional e que nos últimos seis anos até podem ter estado um ano sem colocação ou em horários temporários.
Se aplicarmos a lei geral do trabalho ao caso dos professores, estes teriam de ter 3 horários completos anuais para a efetivação do lugar, os quais tenho, mas querem impossibilitar-me de concorrer em 1ª prioridade, mesmo sendo docente contratada pelo Ministério de Educação desde 2003.
Não percebo o porquê de não se abrir um concurso externo (ordinário) sério, na medida em que se determinem as vagas, tendo em conta as necessidades das escolas e as projecções demográficas para cada região.
Indo para a frente esta situação, ficarei sem possibilidade de ser colocada em horário completo anual, pois os docentes que vinculariam iriam ocupar todos esses lugares, sendo certo que a minha saída seria o desemprego, sem qualquer possibilidade de ser integrada na mesma profissão e depois de longos anos como docente em escolas do Ministério de Educação.
Mais, porventura alguns Colegas que tendo outros empregos/ocupações concorrem a poucos horários completos anuais e ficam em horários incompletos para não saírem da sua zona de conforto e bem-estar, fazendo do ensino um hobby ou acréscimo de rendimentos, vincularão!
Em qualquer concurso a habilitação académica e profissional é sempre tida em conta, como sucede para colocar professores, todavia para os vincular, parece já não interessar para nada!
Para além disso a presente contestação assenta nos seguintes pontos:
1º ponto - O desrespeito total pelas regras da legislação geral do trabalho, ignoradas pelos sucessivos governos na contratação de docentes, através do direito à vinculação ao fim de 3 anos de serviço.
2º ponto – O desrespeito total pela publicação nos dias 4 e 5 de maio de 2010 de duas resoluções, anteriormente aprovadas na Assembleia da República, que fizeram recomendações ao Governo em matéria de estabilidade de emprego dos professores e educadores.
A saber:
Projeto de Resolução n.º 104/XI (CDS-PP)
- Recomenda a integração excecional dos docentes contratados com mais de 10 anos de serviço (corresponde à Resolução n.º 35/2010)
Aprovado com os votos:
Favor - PS, PSD, CDS-PP, PCP, PEV
Abstenção - BE
Projeto de Resolução n.º 103/XI (PS)
- Recomenda ao Governo que promova a estabilidade
e qualificação do corpo docente nas escolas (corresponde à Resolução n.º 37/2010)
Aprovado com os votos:
Favor - PS, PSD, CDS-PP
Abstenção: PCP, BE, PEV
3º ponto – O desrespeito total pela lista de graduação nacional, que contempla a nota final de curso (qualificação profissional – exigida em qualquer concurso público) e o tempo de serviço que, de forma consensual, tem sido referida pelos docentes contratados como a única forma justa de colocação de professores.
Com base no acima exposto, considero ser da maior injustiça a definição de um critério que impede os docentes com menos de 12 anos prestados de concorrer à vinculação, seja ela extraordinária ou não.
Estes critérios demonstram falta de transparência, falta de equidade e desrespeito total pelos professores que há mais de uma década percorrem o país de norte a sul na esperança de, um dia, poderem atingir alguma estabilidade.
Para consulta, transcrevo as referidas resoluções.
Resolução da Assembleia da República n.º 35/2010
Recomenda a integração excepcional dos docentes contratados com mais de 10 anos de serviço.
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo:
1 — A integração excepcional na estrutura da carreira docente dos educadores e professores profissionalizados contratados, em funções de docência há mais de 10anos lectivos, com a duração mínima de seis meses por ano lectivo, para efeitos de integração e progressão na mesma, assegurando que essa integração aconteça em prazo a estabelecer com as organizações sindicais dos professores e no máximo em concurso extraordinário a realizar em Janeiro de 2011.
(...)
Resolução da Assembleia da República n.º 37/2010
Recomenda ao Governo que promova a estabilidade e qualificação do corpo docente nas escolas.
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:
1 — Proceda a um levantamento exaustivo e rigoroso das necessidades permanentes dos recursos docentes do sistema educativo.
2 — Promova a abertura de um concurso extraordinário, que responda às necessidades permanentes identificadas no sistema educativo, dirigido aos docentes contratados, observando o seu tempo de serviço, qualificação e experiência profissional.
3 — Proceda, em tempo útil, à regulamentação do acesso à habilitação profissional para a docência dos docentes que ainda não a tenham obtido.
Aprovada em 15 de Abril de 2010.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
Acredito no bom senso e na justiça, por isso envio-lhe esta carta aberta que remeterei com conhecimento do Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República e os Srs. Secretários de Estado da Educação.
Sem outro assunto
Atenciosamente
Sara Raquel Bordalo Gonçalves"

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Em boa verdade...


Claro que esconde...


Comentário: Atrevo-me a dizer que qualquer que seja o valor devido em compensações aos professores, não é o suficiente para pagar a precariedade e a vida instável a que muitos dos nossos colegas contratados se sujeitam, para conseguirem pagar as suas contas, comprar a sua comida e até mesmo educar os seus filhos.

Conversa de surdos...

- Então, não achas que os professores que estiveram em escolas com contrato de associação deviam poder concorrer em condições iguais às dos professores do público? 
- Não. 
- Não fizeram serviço público?! 
- Sim, se há um contrato de associação com o Estado, tiveram que fazer serviço público. 
- Até corrigiram exames nacionais! 
- Sim, se as escolas receberam dinheiro do estado, tiveram que fazer coisas como essas. 
- Repito: Corrigiram exames nacionais!! 
- Sim. É isso que se entende por contrato. É como a canção do Pedro Abrunhosa: Eu dou-te e tu dás-me… qualquer coisa assim. 
- Então porque não poderiam os professores concorrer agora nas mesmas condições do que os outros? 
- Porque não foram colocados nessas escolas nas mesmas condições do que os outros, seguindo as mesmas regras do que os outros. Um professor que não foi colocado pela graduação não pode concorrer nas mesmas condições do que aquele que só foi colocado, sabe Deus aonde, pela graduação. 
- As escolas com contrato de associação faziam parte integrante da rede pública! 
- Sim, e colocavam os professores que bem queriam, de acordo com os seus próprios critérios. 
- Esses professores têm qualificação, certo? 
- Sim. 
- Então, podem exercer! Existe uma graduação a respeitar e pronto! Porque é que haviam de ser diferentes? 
- Porque essa graduação não foi respeitada aquando da sua colocação nessas escolas. 
- Concurso público é concurso público: todos os que reúnam qualificação para concorrerem e tenham dado aulas devem ter igualdade de direitos! 
- Não houve igualdade de direitos quando eles foram colocados nessas escolas. 
- Há professores excelentes que trabalharam nessas escolas! 
- Tenho a certeza de que sim. 
- Tu fazes ideia do que se trabalha nessas escolas? Uma exploração! 
- Sim, acredito e acho isso muito triste. Mas a questão não é essa. 
- Não há cá mimos, como no público! 
- Mimos? 
- Sim! 
- Quais mimos? 
- Mimos! 
- Quais mimos?! 
- Mimos! 
- Mas quais mimos? 
- Mimos! 
- (…) Está bem… 
- Há uns belos anos, um amigo meu de Português-Francês foi colocado em Francês e teve que dar aulas de Inglês e de Educação Física para poder completar o horário. 
- E acumulou tempo de serviço em Francês?! 
- Querias que fizessem o quê? Isso também aconteceu no público quando havia falta de professores! 
- Pois… 
- Pois é! Não se brinca ali! 
- Até parece que no público é uma festa! 
- Deixa-me rir! 
- Pois, há os mimos… Já me esquecia… 
- De qualquer das formas, estado é estado. 
- Diz? 
- Estado é estado. 
- (…) 
- Estado é estado! 
- Não percebo o que tu queres dizer. 
- Estado é estado! 
- (…) Está bem... 
- E o estado não pode diferenciar cidadãos! Todos, como contribuintes, financiam a escola pública. 
- Sim, o meu vizinho carpinteiro, como contribuinte, também financia a escola pública. Achas que ele devia poder concorrer? 
- Dizes cada disparate! 
- Eu?! 
- Percebeste bem o que eu quis dizer… Os professores que estiveram nas escolas com contrato de associação não têm culpa dos disparates dos vários governos no que toca à colocação de professores. 
- E os do público também não! Atrevo-me a dizer: muito menos! 
- Oh! Muitos deles… não todos, vá, e até acredito que sejam uma minoria… 
- São muitos ou é uma minoria? 
- Há minorias com muitos! 
- (…) Ok, continua… 
- Alguns preferiram ficar em casa com o subsídio de desemprego em vez de ir para longe trabalhar… 
- Sim… 
- E é isso…
- Não trabalharam, não acumularam tempo de serviço. 
- Precisamente! E agora andam aí todos revoltados, cheios de ódio, porque os dos particulares podem vir a concorrer! E esses revoltados nem sequer têm hipóteses de ficar! Não reúnem as condições! 
- Então, só devemos falar das coisas quando estamos envolvidos?! Vamos já acabar com todas as petições que andam aí a circular! 
- Não era preciso tanto ódio! 
- Ódio?! 
- Sim, ódio! 
- Eu não vejo ninguém a odiar ninguém. 
- Abre os olhos!

Sobre as oportunidades





Apesar de estar em inglês, vale mesmo a pena carregar na imagem ao lado e refletir sobre a desigualdade social e as oportunidades (ou falta delas) que a mesma, inevitavelmente, quase sempre acarreta.


Qual o professor que não revê muitos dos seus alunos nas personagens do Richard e da Paula...

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Não dá...

- Já acabaste de corrigir os testes? 
- Não… Mas vou parar por aqui… Estou farta… E tu? 
- Ainda tenho de fazer uma ficha sobre cristais moleculares como substâncias sólidas constituídas por moléculas organizadas de maneira regular que se mantêm unidas por ligações intermoleculares… 
- Hum… Pois… Não percebi nada… 
- Sabes o que podias fazer? Ver se há novidades em relação ao concurso e tentar ter uma ideia geral daquilo… 
- … 
- Dalila??!!
- Como é que eu te posso ajudar com a tua ficha?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Em português...

...
Música dos "Diogo Piçarra" - (Tema: Dialeto)

E é isto...

...até que num lindo dia de nevoeiro, olhamos para trás e damos conta que também nós - professores - ficámos sob a alçada direta do poder partidário e somos "contratados" (e geridos) de acordo com os nossos amigos e familiares.

"Professores do ensino particular voltam a poder concorrer em condições iguais às dos docentes do público"


Comentário: Tal como referi abaixo (aqui), é notável a quantidade de surpresas que vão surgindo ao longo dos dias de negociação... 

Desta feita, temos o regresso de equivalências privadas, que no fundamental até seriam justas se os critérios de seleção para o emprego privado fossem iguais aos do público. E sim, eu sei que as condições gerais no privado em termos de remuneração e de horas de trabalho não serão as melhores, mas sempre serão melhores do que ficar no desemprego ou então a 200 ou 300 km num qualquer horário temporário. 

De acordo com o que se lê e ouve esta alteração teve o alto patrocínio de alguns sindicatos, como a FNE... Volto a escrever que se se sentirem traídos por tal patrocínio, e por mero acaso tiverem filiação nestes sindicatos, têm a melhor solução do mundo nas vossas mãos, que não passa pela cómoda demonstração de indignação nas redes sociais.

Para todos os pais...

...fica a sugestão.

Obrigado, Dalila.

O desacordo sindical...

Bem... As negociações relativas ao diploma concursal e normativo da vinculação extraordinária são tão dinâmicas, que basta uma pequena distração de 3 dias para surgirem imensas reviravoltas, assim como regressos ao passado. Deixo-vos de seguida alguns links de sindicatos, onde poderão constatar qual o real "estado de saúde" das versões finais apresentadas pelo Ministério da Educação.


São vários os sindicatos com presença virtual, no entanto, não consegui encontrar informações que me indicassem que algum sindicato tivesse assinado um acordo relativamente aos diplomas em negociação. Julgo que nos próximos dias apareçam mais informações, mas também não me parece que ocorram grandes novidades em termos de propostas ministeriais.

Negociações (e irritações)

Estudo relativo ao apuramento de vagas para o Concurso de Vinculação Extraordinária

Como sempre, existem almas caridosas que produzem trabalho sem esperar qualquer retorno, e nesta situação, nem sequer reconhecimento. Deste modo, e na imagem que coloquei abaixo, consta o excerto de uma tabela Excel relativo a um estudo sobre a Vinculação Extraordinária. 

De acordo com as explicações do colega que me pediu anonimato, os valores que se encontram na coluna final (total) correspondem ao seguinte: 

Simbologia: 
a/b 

Exemplo: 
100/200 

Explicação:

O valor “a” é relativo ao número total de colegas que reúnem a condição “estar colocado em horário anual completo, ter 5 contratos nos últimos 6 anos e ter pelo menos 12 anos de tempo de serviço (inclui os colegas que tinham esse tempo nas listas de ordenação de 2016 e os que tendo 11 anos, renovaram contrato este ano)”

O valor “b” é relativo ao número total de colegas que reúnem a condição “estar colocado em horário anual completo, ter 5 contratos nos últimos 6 anos e ter pelo menos 11 anos de tempo de serviço”, isto é, aqueles que poderão ter 12 anos de serviços caso tenham conseguido obter tempo de serviço suficiente para tal, no ano letivo 2015/2016.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Para relaxar...

Música de "Tiago Bettencourt" - (Tema: Se Me Deixasses Ser)

Será que já não bastava a partidarização da educação?


Comentário: Continuamos a caminhar no sentido da partidarização de todos os setores da nossa sociedade... Infelizmente ainda não consegui compreender como se (sobre)vive num ambiente inquinado pelos partidos (algo que é particularmente notório em diversas escolas do interior norte, por onde já tive a sorte de lecionar), mas receio bem que terei de o fazer dentro em breve, sob pena de perder a (pouca) sanidade mental que ainda detenho.

Temos negociação suplementar...

...e pelo que pude apurar, são vários os sindicatos que a solicitaram. Embora admita que possam ser mais, através de uma curta pesquisa na internet, consegui encontrar seis sindicatos que pediram negociação suplementar. As fundamentações para tal, encontram-nas clicando nos links abaixo:


Não obstante de ainda estarmos longe de propostas ideiais (se é que isso existe, quando são tão variados os interesses), julgo que já foram concretizados alguns avanços que importa segurar. Estou em crer que a maior confusão estará relacionada com o diploma da vinculação extraordinária, mas sinceramente não me parece ser possível agradar a todos.

Da felicidade contida...


Definitivamente...

...não fui feito para "alvoradas" às 5:45h. E quando as mesmas se repetem no tempo e são antecedidas de solicitações de nutrição às 2h da manhã, é quase inevitável não adormecer imediatamente a seguir ao jantar. Definitivamente a minha rotina mudou!


Não é cegueira parental...

...é mesmo vontade de dar à filha uma educação baseada em violência, sem comprovar se os factos são como os relataram (sim, porque os nossos filhos também mentem) e admitindo que bateu num professor, como quem admite ter tomado um café e comido uma nata ao pequeno-almoço. Se quiserem ver o vídeo completo, podem aceder ao sítio virtual do Correio da Manhã (CM) ou então verem o vídeo abaixo com uma versão resumida, concretizada aqui pela "casa".

Desde que a minha caixa de correio eletrónico foi agraciada com os queixumes escritos de um jornalista do CM, que prometi a mim próprio abandonar sempre que possível referência a este meio de comunicação social, mas depois de ter visto a "pérola" que é a entrevista ao pai agressor, não consegui mesmo evitar. Por esse motivo, fica o meu pedido de desculpas. Não é meu interesse ferir a vossa inteligência.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Da cultura...

São, no total, quinze alunos… Três têm Necessidades Educativas Especiais… A verdade é que trabalhar com os outros doze não é menos fácil… Têm quase todos tantas dificuldades de aprendizagem que dei comigo, várias vezes, a ter de consultar os meus apontamentos para confirmar os nomes dos meninos com NEE… É, sim, uma turma com alunos fraquinhos… Bem sei que fica mal dizer-se que há alunos “fraquinhos”, mas é verdade: são, em termos de aproveitamento, “fraquinhos”… 
Quinze alunos com histórias que eu conheço e que eu desconheço. 
Há a Joana, que vive numa instituição e não fala com os pais. 
Há o Marco, que fugiu de casa com a mãe porque se fartavam de receber porrada. 
Há a Patrícia, que vive com a avó de 80 anos. 
Há a Sofia que trabalha ao fim-de-semana num restaurante e, quando pode, no final do dia, faz umas horas num café perto de casa. 
Há o João da ilha. Mas ora dorme na ilha, em casa da mãe, ora por aqui, em casa do pai, ou ainda em casa da avó, quando esta não se sente muito bem. 
Há o Paulo, que tem de cuidar da irmã, porque a mãe trabalha em três sítios e raramente está em casa. 
E há o colega que está chocado. - Há sempre um ou dois colegas assim. - Está chocado muitas vezes. Desta vez, está chocado porque lhes deu um trabalho sobre tolerância e os miúdos inventaram histórias, em vez de pesquisar sobre o Gandhi ou o Luther King… Aliás, eles não sabem quem é o Gandhi ou o Luther King… E então, o colega nada tolerante que dá trabalhos sobre tolerância está escandalizado com a falta de cultura destes miúdos… Oh pá… Vão desculpar-me, mas eu não consigo deixar de achar que é muita falta de cultura ficar-se escandalizado com a falta de cultura dos outros…

Relativamente às negociações...

...assumo desde já a perceção de que os sindicatos (qualquer que ele seja) não têm tarefa fácil, uma vez que independentemente do que proponham, retifiquem ou até defendam, existe e existirá sempre quem critique e não esteja satisfeito. É por estas e por outras, que o estar "de fora" é um lugar privilegiado, mas que não deve ser nunca desculpa para não se fazer ouvir ou sequer para intervir.

Tal como em outras negociações, o ruído é imenso, a confusão é grande, as interferências (como por exemplo, a das alegações de corrupção na adoção de manuais) são brutais, mas não nos devemos arredar do que realmente é relevante. E o que é relevante é mantermos alguma serenidade, ler com atenção aquilo que entretanto vai sendo negociado (que ao contrário de alguns, me parece mais positivo que negativo), intervirmos onde é possível e, quando insatisfeitos com algum sindicato, só temos mesmo é de cortar na filiação.

Como muitos sabem, defendo a graduação nas listas nacionais como critério de colocação e o respeito pelo Código de Trabalho no que a vinculações diz respeito, mas constato também (e porque não sou surdo nem cego) que tal não irá ocorrer com este Ministério da Educação e com o paradigma do "é melhor poucos que nenhuns" dos nossos sindicatos. E não, não é uma crítica, é uma constatação, sabendo de antemão que se os sindicatos batessem o pé para que o Código do Trabalho fosse cumprido (não assinando qualquer proposta "intermédia") também seriam criticados.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A pronúncia do Sul...

Pedi-lhes para escreverem uma composição. 
Tema: Rotina diária… 
- Professora, cómé que se diz “dantes”? 
- "Dantes"? "Before"… 
- "Before"???!!!
 - Diz-me a frase toda, se faz favor. 
- Atã… "Escóvo os dantes"!
[...] 
E eu, que sou do Norte, é que tenho "pronúncia"??!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"Longe de casa" - reportagem SIC

Para aqueles que acham que a vida dos professores é repleta de regalias, o melhor mesmo será verem esta reportagem da SIC. Estou certo de que muitos se irão rever nas vidas destes nossos colegas... 

Embora o meu percurso enquanto contratado precário não tenha sido particularmente longo, identifiquei-me com muito do que vi e ouvi na reportagem. No essencial, são vidas suspensas.

Mais algumas informações relevantes relativas às negociações...

...podem ser encontradas no sítio virtual da FENPROF. Pela sua relevância, irei transcrever para aqui uma boa parte.

Assim,

"VINCULAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DE DOCENTES

O ME alterou a sua proposta que, agora, passou a ser a seguinte: ingresso em QZP de todos os docentes com 12 ou mais anos de serviço, prestados com ou sem profissionalização, que tenham celebrado contrato, independentemente do grupo de recrutamento, em 5 dos últimos 6 anos, desde que, no presente ano letivo, se encontrem colocados em horário anual e completo.

Para a FENPROF esta proposta está longe de corresponder à necessidade que existe de limpar do sistema educativo a enorme mancha de precariedade que continua a marcar negativamente a profissão docente. O novo requisito agora apresentado, relativo ao presente ano letivo, poderá ter um impacto que, em relação à anterior proposta, pouco mais alarga a sua abrangência, podendo excluir alguns que antes estariam considerados.

Do desenvolvimento da reunião, contudo, o ME aceitou incluir em ata negocial que este será o primeiro momento de vinculação extraordinária, a qual terá desenvolvimentos nos anos de 2018 e 2019. O ME admitiu ainda considerar, para este efeito, “horário completo” aquele que tiver 20 ou mais horas. Para a FENPROF, esta não é matéria encerrada, aguardando-se uma resposta, na próxima segunda-feira, à questão do horário e também aos termos em que a progressividade deste processo terá lugar nos próximos anos.

Será igualmente importante conhecer o número de docentes que serão abrangidos. A ausência de resposta do ME ao pedido já antes formulado mereceu a crítica da Federação, comprometendo-se a enviar as informações solicitadas na  próxima segunda-feira, dia 16.

“NORMA-TRAVÃO”
A FENPROF propôs que os 4 anos exigidos não tenham de ser cumpridos no mesmo grupo de recrutamento. Assim, a vaga a abrir seria para o grupo em que o docente tivesse lecionado durante mais tempo ou, em caso de igualdade, naquele em que se encontrasse.

A FENPROF propôs ainda que as normas de vinculação a aplicar à generalidade dos docentes abranjam os de técnicas especiais, bem como os das escolas públicas de ensino artístico especializado, incluindo conservatórios.

Também em relação a estas duas questões, o ME responderá na segunda-feira, ainda que já tenha demonstrado abertura para responder positivamente.

CRITÉRIOS PARA A ABERTURA DE VAGAS NOS QUADROS DE ESCOLA E AGRUPAMENTO, JÁ NO CONCURSO A REALIZAR ESTE ANO
O ME aceitou a proposta da FENPROF de abrir vagas nos QE / QA correspondentes ao número de lugares que tenham sido ocupados, para além da respetiva dotação, por docentes de outros quadros (QZP ou mobilidade interna) e contratados, nos últimos 3 anos.

“HORÁRIOS-ZERO”: ME RECUA NA SUA PROPOSTA
O ME aceitou as propostas da FENPROF de: retomar as 6 horas como dimensão mínima do horário para o docente não ser considerado “horário-zero” (até agora, a proposta era de 8 horas); manter a possibilidade destes docentes candidatarem-se a um segundo grupo de recrutamento; permitir que o docente retorne à escola de origem no caso de, nesta, voltar a haver disponibilidade de horário; possibilitar a manutenção dos docentes em plurianualidade, incluindo os que tenham sido colocados em reserva de recrutamento.

INCLUSÃO NA 2.ª PRIORIDADE DO CONCURSO EXTERNO
O ME aceitou a integração nesta prioridade dos docentes que tenham prestado 365 dias de serviço nos últimos 6 anos. Recorda-se que a proposta inicial era de 730 dias nos últimos 5 anos e, mais recentemente, 365 dias nos últimos 4.

PERIODICIDADE DO CONCURSO
O ME não aceitou a proposta de concurso anual, apresentada pela FENPROF. Porém, admitirá, bienalmente, avaliar da necessidade de realizar o concurso interno, podendo este ter lugar, como tem acontecido, em momento intermédio da abertura quadrienal.

PRIORIDADES EM CONCURSO INTERNO E DE MOBILIDADE INTERNA
A FENPROF insistiu na necessidade de ordenar numa só prioridade os docentes dos QZP e os de QE/QA, tanto no âmbito do concurso interno, como de mobilidade interna, não hierarquizando os docentes dos quadros em função da sua natureza. Em relação a esta matéria, o ME afirmou não aceitar a proposta em relação ao concurso interno, não fechando, no entanto, essa possibilidade no âmbito da mobilidade interna.

ATA NEGOCIAL FINAL

À margem dos diplomas em negociação, mas conexos com estes, há aspetos que mereceram, mais uma vez, a insistência da FENPROF. A saber:
Regime de permutas: a ata consagrará a aprovação de uma portaria que regulará este regime que se aplicará já no próximo ano letivo;
Tempo de serviço descontado, ilegalmente, por razões de doença: na sequência das ações desenvolvidas pela FENPROF, o ME aceitou que o tempo ilegalmente descontado em concursos anteriores, por não aplicação do artigo 103.º do ECD, será considerado nos concursos futuros, já a partir deste ano, a concretizar por circular que será, em breve, emitida;
Novos grupos de recrutamento: o ME admitiu incluir na ata o compromisso de criar novos grupos de recrutamento, na sequência das propostas da FENPROF que contemplam a criação dos grupos de Língua Gestual Portuguesa, Intervenção Precoce, Teatro e Dança. A FENPROF aguarda os termos em que o compromisso será assumido, mantendo, para já, as ações que anunciou com docentes destes grupos (ver abaixo);
Redução da área geográfica dos QZP: face à proposta da FENPROF, o ME reiterou disponibilidade para rever estas áreas geográficas, reduzindo as de maior dimensão.
Definição dos conteúdos das componentes letiva e não letiva de estabelecimento: O ME admitiu incluir na ata, conforme propôs a FENPROF, o compromisso de definir com clareza o conteúdo destas duas componentes, a concretizar no âmbito de despacho de organização do próximo ano letivo."

Comparação atual versus proposta

Pelas experiências negociais passadas, podemos esperar que as versões de diplomas (concursais e de vinculação extraordinária) entregues aos sindicatos no dia 13 de janeiro de 2017, sejam as finais. É também expectável que pelo menos um sindicato (isto é, a FENPROF) requeira negociação suplementar, mas acredito que a existirem alterações, serão mesmo de "aperfeiçoamento" e não de "rotura".

Deste modo, e por tudo o que escrevi anteriormente, fica um documento que compara o diploma concursal em vigor com a proposta ministerial de 13 de janeiro.

Para acederem à mesma, cliquem na imagem abaixo.

(Fonte do documento: aqui)

As propostas ministeriais de 13 de janeiro de 2017

Como todos saberão, raramente atualizo o blogue durante o fim de semana, e creio que em pouco mais de dez anos de blogue, só o terei feito uma meia dúzia de vezes... E escrevo isto, porque hoje comemoro o quarto ano em que tomei a decisão de que a minha família mais próxima estaria sempre em primeiro lugar.

Como tal, e mesmo sabendo que foram entregues novas propostas de diploma concursal e de vinculação extraordinária, só hoje coloco aqui no blogue...

Para acederem às propostas, cliquem nas imagens abaixo.






Não vi o "sexta às 9"...

...e sinceramente não estou a pensar ver, até porque já vários me fizeram resumos do que por lá passou. Como aquilo que me chegou aos ouvidos não é uma realidade que conheço e não conheço ninguém que se sujeite a ela (ou sequer alguém que conheça alguém que se tenha sujeitado a esse tipo de "corrupção"), só posso deduzir que algo de muito errado aconteceu. 

Provavelmente terão esgotado os temas interessantes, assim como os menos interessantes e lá decidiram "arranjar" algo que poderá oscilar entre a falsa descoberta ou algo de estupidamente residual.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Deixa-me rir...

Ato de diplomacia: 
Ouvir, caladinha, enquanto Diretora de Turma, um Encarregado de Educação revoltado porque os professores não conseguem controlar 29 alunos numa sala de aula. 
Ato de loucura: 
Desatar à gargalhada, quando o mesmo Encarregado de Educação me conta que teve de pagar quase 300 euros de chamadas telefónicas porque a filha, às escondidas, usava o seu telemóvel para salvar um concorrente da Casa dos Segredos…

E a propósito...

...disto, a minha querida amiga Helena Rechena recomendou-me a visualização do vídeo abaixo. 

Mais certeiro, impossível. Eh eh eh.

Da falta de respeito...


Comentário: Por norma, a versão de diploma que o Ministério da Educação (ME) envia antes da última reunião negocial com sindicatos não costuma andar muito longe da final, no entanto, e após ter tido oportunidade de ouvir (e questionar) um dos responsáveis da FENPROF envolvido diretamente nas negociações, fiquei convicto de que ainda iriam existir algumas alterações por parte do ME.

Se vazou para a imprensa que até ao início da noite de hoje ainda nada tinha chegado em termos de nova proposta, estando reuniões negociais marcadas para amanhã, é porque algo não correu bem ou então - e isto sou eu armado em parvo - é porque poderão estar a ser delineadas alterações que vão de encontro às pretensões dos sindicatos (e sim... não escrevi "professores" propositadamente).

Oops...


Temos greve...


Comentário: De acordo com a notícia, "a FNE junta-se assim à paralisação já anunciada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e pela Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) para exigir a reposição de carreiras especiais para os funcionários das escolas, bem como o descongelamento das progressões e níveis remuneratórios. Os sindicatos reclamam também mais funcionários para as escolas, criticando a colocação de tarefeiros pagos à hora por um valor “ridículo”."

Acho muito bem, se bem que não me agrade especialmente greves às sextas-feiras. Estou curioso por ver se os assistentes operacionais ainda conseguem mostrar força através de uma greve ou se, pelo contrário, já adotaram uma variante da inócua estratégia de contestação docente.

Constatações...

Não tenho o hábito de ver ou analisar o que os meus colegas de trabalho fazem durante os intervalos, mas infelizmente tenho uma boa audição, e ocasionalmente lá vou recebendo (ou melhor, sofrendo de) input de conversas alheias. Uma das mais recorrentes é a relação entre navegação na internet durante os intervalos com a competência ou desempenho docente. Segundo alguns, se durante os intervalos e na sala de professores alguém vai à sua página pessoal de Facebook, vê anuncios no OLX, marca umas viagens na Ryanair, reserva uma estadia no Booking.com ou "passeia" pelos diversos sítios virtuais de meios de comunicação já não deve ser bom professor. Já se ocupar o tempo do intervalo em sítios virtuais relacionados com a sua área científica, pesquisar vídeos no Youtube para as suas aulas ou estiver num qualquer sítio de uma editora é alguém digno de elogio.

Vamos ver se nos entendemos... Embora seja daqueles que ocupa todos os minutos de permanência na escola para preparar aulas ou para o desempenho de cargos (é uma questão de gestão pessoal de tempo), tenho consciência de que os intervalos não são remunerados e que, não tenho de estar a desenvolver trabalho para a escola nos mesmos. 

No fundamental, estamos perante uma situação de gestão de tempo, que não deveria ser considerada - pelo menos de forma isolada - para determinar a qualidade do desempenho docente. Se tivesse de escolher lados, mais facilmente estaria do lado de quem passa os seus intervalos de forma "recreativa" na internet do que junto dos que ocupam o seu tempo a ver o que os outros estão a fazer. Mas isso sou eu... E eu até nem tenho muito mau feito.

Alguns apontamentos relativos ao plenário de ontem...

Tive oportunidade de colocar algumas questões relativas à negociação do diploma que rege os concursos e, no fundamental, não obtive novidades... Pelo menos, nada que já não soubesse, no entanto, e porque sei que existe quem está um pouco mais a leste das negociações, ficam alguns apontamentos que retirei durante o plenário da FENPROF realizado ontem em Vila Real.

1 - Existe vontade ministerial em reduzir as áreas geograficas dos atuais Quadros de Zona Pedagógica;
2 - Relativamente ao concurso externo, nomeadamente na sua 2.ª prioridade (isto é, indivíduos qualificados profissionalmente para o grupo de recrutamento a que se candidatam, que tenham prestado funções docentes em pelo menos 365 dias nos últimos quatro anos escolares) a FENPROF está a tentar que o presente ano letivo seja considerado (e se nos horários anuais será fácil de concretizar, já nos temporários não consegui compreender como tal seria concretizado) e que - de acordo com o que percebi - se regresse aos "últimos seis anos escolares";  
3 - Relativamente à vinculação extraordinária, é convicção da FENPROF que o número de anos necessários (na proposta são 12) será "modificado" de modo a que o atual Ministério da Educação possa atingir números que lhe permita concretizar a tal propaganda de 4000 novos professores vinculados;
4 - Compromisso por parte do Ministério da Educação da inclusão de um calendário concursal, não com datas específicas, mas sim com intervalos de quinzenas;
5 - O Ministério da Educação não demonstra qualquer abertura para a concretização de concursos internos e externos anuais;
6 - Aparentemente existe vontade em antecipar as colocações de agosto, assim como de uma eventual primeira Reserva de Recrutamento a concretizar também em agosto;
7 - Mais uma vez, não está a ser acautelado pelo Ministério da Educação a questão dos professores dos quadros que se encontram distantes da sua residência, e que novamente se vêem vedados de concorrer às vagas de quadros de zona pedagógica entretanto abertas para a vinculação extraordinária.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Temos o que merecemos?

Resisto sempre à tentação de generalizar o que quer que seja, baseado em amostras reduzidas... No entanto, e depois de falar com alguns colegas que estiveram em outros plenários organizados pela FENPROF relativos aos concursos de professores e somando a minha experiência pessoal do final da tarde de hoje, tenho sérias dificuldades em não cair em desvarios.

Tantos "contestatários de bancada", tanta indignação nas redes sociais, tantos comentários de revolta em blogues de professores, tantas mensagens de correio eletrónico de contestação... E no final, realizam-se plenários onde são poucos os que aparecem e curiosamente (ou não) os "contestatários de bancada" não apareceram.

No caso do plenário de Vila Real, apareceram cerca de 20 pessoas... Dois deles, professores contratados, num ano de mais uma vinculação extraordinária. Estou certo que quem não foi, teve outras coisas mais importantes para fazer (alguns deles não... terá sido mesmo por pura falta de vontade), mas depois de o diploma ser aprovado, de nada valerá "bater" nos sindicatos e apregoar que as coisas poderiam ter sido feitas de outra forma. Definitivamente o teclado é uma arma poderosa para não dar a cara quando nos dão a oportunidade de falar, criticar ou sugerir junto de quem tem poder negocial.

Relativamente a alguns pedidos de esclarecimento / sugestões que foram colocados no blogue, consegui transmiti-las para quem estava a dirigir o plenário, se bem que em todos os casos, fiquei com a sensação que existe da equipa negocial da FENPROF, uma consciência bem clara dos limites ou vontades do Ministério da Educação.