segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um futuro a curto prazo...

Quem tem estado atento às últimas notícias (principalmente desde janeiro deste ano) provenientes do MEC sabe que os tempos que se avizinham vão ser piores que em qualquer uma das fases mais "negras" de Maria de Lurdes Reis Rodrigues (não... mesmo assim não tenho saudades, muito pelo contrário). E se o afirmo é porque estou a pensar no geral e não em especificidades (a avaliação do desempenho docente, por exemplo).

O acréscimo do número de agrupamentos de escolas, a nova revisão curricular e as novas regras concursais são algumas das novas variáveis introduzidas na "equação de vida" dos professores, que dificilmente alguém (a não ser que seja profundamente parvo e/ou filiado) poderá ver como positivas. Bem sei que existe o argumento de que é tudo a favor da contenção orçamental e do restabelecimento da economia portuguesa, mas quando sei que o que se corta na educação é gasto de forma supérflua em outros "campos" governamentais, não posso compactuar calado. Existem ainda outras alterações que foram conhecidas na sexta-feira passada e que me parecem que têm tudo para provocar mais "tumulto". Mas isso será tema a tratar posteriormente... 

Bem sei que existem alguns colegas que recolhem com agrado estas alterações... Uns por se sentirem intocáveis e outros por nem sequer compreenderem o que vai acontecer (onde se encontra o grupo da "vingança" contra os diretores), no entanto, será por demais relevante que todos os professores compreendam e estudem as novas alterações que entrarão em vigor a partir de setembro. E convém que esse estudo seja feito no imediato. É agora que a "seca" começa a aparecer... Quando a "desertificação" for um facto, de nada servirá ler ou estudar. 

Assim, considero importante que os colegas "transportem" aquilo que lêem aqui, em outros blogues e meios de comunicação social, para as salas dos professores, para os departamentos e para outros órgãos de poder intermédio ao nível da escola/agrupamento. E para quê esse "trabalho"? Para que de alguma forma tentemos ficar com o melhor daquilo que é legislado ou pelo menos, para que não se "estrague" ainda mais, apenas porque no tempo certo não se leu a "bula" com a devida atenção.

28 comentários:

  1. De acordo, Ricardo. Bons conselhos, neste teu texto.

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  2. E um dos 1ºs passos é, cada um na sua escola, fazer tudo para evitar a mudança da duração dos tempos letivos !

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  3. Sim, são tempos difíceis, mas o mais difícil é fazer tantos esforços sem vislumbrar uma luz. Descontamos subsídios por inteiro (no meu caso três: 13.º mês, férias e especialização em educação especial); 8% do vencimento, aposentação, (caso me aposente aos 60 a pensão será de 1000 euros; isto se as coisas não piorarem em termos macroeconómicos). Sim, é verdade, não dependerá quase nada deste governo que nem sequer contraiu a divída, mas no mínimo os sindicatos, em vez de andarem para aí com as lamechiches do costume, deveríam ter a coragem de dizer: assim que houver um sinal de inversão temos um caderno reivindicativo que à cabeça terá: EMPREGO! E depois ter a coragem de dizer como. Não, não fazem nada disso, andam a papaguear acerca de Megas, como se os professores tivessem especial empenho em prepétuar exercítos que odeiam a docência e são especialistas em burocracia. Tristes sindicalistas nós temos...

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  4. só com uma revolução é que vamos lá!

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  5. Transcrevo o que escrevi dois posts abaixo:

    "E eis que de repente surgem os espantados. No último ano, o desemprego na classe docente aumentou 156%; dos 50 000 candidatos a este concurso, apenas poucas centenas irão ter colocação. São factos que já eram previsíveis há bastante tempo mas ninguém mexeu uma palha ao longo destes meses, limitaram-se a aguardar.
    Agora surge o espanto perante o maior ataque organizado e doloso a uma classe profissional neste país.
    Consta que o que foi e está a ser poupado na educação, é o mesmo que o governo gasta em pareceres de entidades externas. CHOCANTE, a educação é destruída, são colocados milhares de professores no desemprego para se continuar a encher os bolsos da clientela. Só aqui neste país de terceiro mundo pejado de bananas."

    Parece que fui mal interpretado.

    A verdade é que a classe profissional que mais está a ser atacada, é a única que não reaje. E este mais é efectivamente muito mais quando comparado com o que está a acontecer a outras classes.

    O que se passa com os professores? Estão à espera de quê?
    Ainda não acreditam?
    Acham que só vai acontecer aos outros?

    A altura ideal para reagir de forma inequivoca teria sido aquando da apresentação da primeira proposta do novo diploma dos concursos. Agora já é tarde? Julgo que sim. Perante tudo isto, é atróz constatar que a maioria dos contratados não faz ideia do que se está a passar. É caso para dizer "temos aquilo que merecemos".

    Em Setembro, 50 000 professores contratados irão inscrever-se nos centros de emprego. Vou gostar de ver a reacção da sociedade.

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  6. ELES QUEREM ACABAR COM A ESCOLA PÚBLICA! METER MILHARES DE PESSOAS NO DESEMPREGO E A PASSAR FOME! Estes são os grandes objectivos destes senhores do MEC! Provas de acesso à carreira após anos a dar aulas! Mega Agrupamentos! Redução de salários! Turmas gigantes como em AFRICA e ASIA! Reformas curriculares nojentas...

    Isto é presságio de desemprego e FOME...

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  7. Nuno
    Este próximo ano letivo será o pior dos últimos 15 anos.
    Será um ano muito mau para todos os docentes do quadro com memos de 15 anos. 95% dos contratados serão "enforcados".

    Desculpem
    tenho dito.

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  8. Para Moriae: Espero é que mais do que bons conselhos, sejam "vertidos" em atitudes.

    Abraço.

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  9. Para BMG: Julgo que só pelo facto de discutirmos este tema com um colega que seja, já poderá ser um passo para algo. Poderíamos ter uma "corrente" de informação... até chegar a quem decide.

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  10. Para JM: Não teremos aquilo que merecemos, mas aquilo que julgam que merecemos. A nossa classe não deveria ser tratada assim.

    Em todas as classes existem "distraídos"... Em todas as classes existem sindicalistas mais ou menos competentes... A questão reside na manutenção das diferenças de interesses dentro da classe. E existem interesses para todos os gostos.

    Quanto ao que vai acontecer em setembro, já há muito que se avisa. Não serão apenas os colegas contratados a sofrer na pele com as alterações.

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  11. Muito bem observado! Não entendo quem é que consegue ver benefícios (a não ser orçamentais) nestas medidas todas. Só o Ramiro Marques e a Anabela Magalhães e outros tontos que ainda devem estar à espera nem que seja de Godot! A coisa está a pôr-se muito negra para os lados dos professores mas grande parte deles ainda não viu nada porque se habituaram desde há muitos anos (eu fui profª 40 belos anos e sei) a dizer que "essas coisas da legislação é para os diretivos" e mais nada. Agora o que eu estranho é que não sei onde andam metidos aqueles 200 mil que saíram à rua só porque não queriam ser avaliados!

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  12. Para Graça Sampaio: Por vezes também me faço a mesma questão... Curiosamente não consigo encontrar resposta, quando aquilo que agora acontece é muitíssimo mais grave que qualquer avaliação.

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  13. Esta incrível apatia dos professores perante este "massacre", será alvo de um estudo sociológico num futuro próximo. Qualquer didator terá interesse em saber como se abafa uma classe profissional inteira.

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  14. O pessoal está com medo, e o medo é a melhor forma de controlar o povo, as pessoas tem medo de agir, estão zombiezadas, "não me posso queixar, ainda tenho emprego" estão entupidas com trabalho, ainda por cima tem aquela sensação de que por muito que e revoltem não resolve nada. É triste, mas não só os professores, estamos todos a ser assaltados e ninguém reage :(

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  15. somos um povo manso...com pouca consciência social e política.A cidadania está ao nível da separação do lixo,e das pilhas.Alguns séculos de inquisição,e os anos de estado novo, afinal resultaram.Podem fazer o que quiserem com os professores,porque são mão de obra barata,existem muitos em linha de espera,desconhecem legislação,e estão entretidos a fazer actas, pits e outras tretas.A maioria ainda não deu conta do que se está a passar.Quando acordarem já é tarde.

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  16. Tudo se resume a uma pequena frase "É DEFINITIVAMENTE O NOSSO FIM" !!!

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  17. Enviei por mail para vários colegas de escola as matrizes publicadas na sexta feira com uma breve apanhado, em forma de alerta, das consequências (graves) para o meu grupo de recrutamento. Respostas nenhuma, comentário hoje na sala de professores às matrizes NENHUM!!!! Os vários colegas com que falei nem sabiam do que estava a falar e o comentário geral "Não pode ser assim tão mau..." Enfim... ASSUSTADOR...Amanhã volto à carga na reunião de grupo...

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  18. claro que como é óbvio os directores têm de estar em consonância com o poder do autarca,e com o Mec...uma espécie de pulsão política.Não esquecer o belo do conselho geral(normalmente manipulável).A teia está tão bem construída que se chama a isto autonomia, a tal escola aberta à comunidade... abriu tanto que os únicos dispensáveis são os professores.Culpa de quem? Dos próprios professores.

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  19. Falta apenas o golpe final.GESTORES

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  20. Ricardo, se tivesse a capacidade que tu tens de escrever, diria exatamente o mesmo que tu.

    Depois de longos meses em que, me deixei levar pelo cansaço e, prometi a mim mesma que não falaria mais "para as paredes", hoje (mesmo sem ainda ter visto este post) reinicei a minha luta (que sempre foi inglória)e ando a tentar fazer com que os colegas percebam a extrema gravidade desta situação.
    Tenho que aguardar pacientemente pelos resultados, pois arrisco-me, mais uma vez, a que eles não apareçam.

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  21. isto não pode ser um acto isolado,andar a avisar o colega do lado, do grupo ou do departamento.Tem se ser uma atitude do colectivo, e para isso, temos de contar com todos os sindicatos,e deixar de afirmar que são eles que têm sempre a culpa de alguma coisa.Os sindicatos são a força que melhor pode mobilizar as pessoas, mas também é preciso as pessoas estarem motivadas para tomar atitudes mais fortes e radicais.Deixarem de ter medo e pedir favorzinhos.Mas pelo que vejo na minha escola, tudo sereno, a falarem dos filhos e dos maridos.Vamos longe

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  22. O nosso futuro enquanto Professores é saber o que vai ser o nosso País nos próximos 50 anos, pois a matriz do futuro de um País constrói-se na Escola, sabermos da VERDADE HORRÍVEL QUE SERÁ O PORTUGAL DOS NOSSOS FILHOS E NETOS, TENDO A CONSCIÊNCIA ETERNA DE QUE SABÍAMOS DA VERDADE E NADA FIZEMOS...

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  23. Seremos uma classe profissional sem qualquer falta de consciência? Se pensam que estou a ser exagerado ao menos tenham a vergonha de me mandarem à merda... onde está a nossa consciência? Atolada num balde de merda? Pois bem "colegas" a minha NÂO!!!!!!!!

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  24. Para Graça Sampaio

    Se lesse com atenção o que eu escrevo em
    http://anabelapmatias.blogspot.pt/2012/05/matriz-curricular-grelhado-3-ciclo.html e que foi: "Porque grelhados estamos nós todos, e eu estou sem pachorra, aqui fica o grelhado analítico do Professores Lusos apenas com o comentário que me ocorre - raios partam os políticos!" jamais se atreveria a fazer a observação que faz no seu comentário. Ou eu não fui suficientemente explícita?

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  25. Cruzar os braços não serve!

    Ainda ninguém entendeu que esta medida depende mais directamente de nós do que as outras? Ou será que estamos perante acéfalos?

    Lamentem-se menos do mau, tentem antes evitar o péssimo!

    http://educaraeducacao.blogspot.pt/2012/05/evitar-o-pessimo-depende-de-nos.html

    Um abraço.

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