segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Extinção proposta...

No sítio do IOL Diário a 22/11/2010: "A Fenprof defende a extinção das direcções regionais de Educação, por considerar que estes organismos só servem para complicar a vida às escolas e fazer despesa, sem dar resposta «para nada».
(...)
«Ninguém fez contas de quanto se pouparia se as direcções regionais de Educação fossem encerradas e se as escolas no âmbito das suas competências tivessem um relacionamento directo com a direcção-geral. Ninguém fez contas porque há gente acomodada, encostada, que convém por ali ficar», afirmou.
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Os constrangimentos financeiros a que se refere o secretário-geral da Fenprof reflectem-se em coisas tão simples como a falta de papel higiénico ou aquecimento nas escolas.
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«É preciso perceber que 130 mil professores podem vir a ser postos fora no próximo ano, por causa da redução do número de horas nas escolas», disse, referindo ainda a situação precária de milhares de professores.

Para Mário Nogueira, a não realização de concurso num sector «em que não entrou um professor para cada dois que se reformaram, mas entrou um para cada 40 que se reformaram ao longo dos últimos anos, é uma grande irresponsabilidade».
(...)
João Dias da Silva defende mudanças na «precariedade dos docentes com muitos anos em funções e que continuam ainda a contrato».

O secretário-geral da FNE quer ver ainda definidas as áreas de competência das direcções escolares e das autarquias, no âmbito das transferências de competências para os municípios."


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Comentário: Eu entendo os motivos de fundo deste tipo de afirmações... Até posso estar parcialmente de acordo com Mário Nogueira... Mas somando e subtraindo os prós e os contras desta proposta de "extinção", prefiro que a mesma não ocorra. Parece-me que a inoperância e incompetência de algumas DRE´s estará mais relacionada com a falta de orientações claras, rigorosas e uniformes dadas às mesmas (pelo Ministério da Educação ou por qualquer um dos seus "institutos"). Se essas orientações existissem, as respostas não demoravam meses e não se registariam diferenças grosseiras de interpretação (recordo que para uma mesma questão, já cheguei a registar 3 respostas diferentes - uma por DRE), que acabam por provocar injustiças entre colegas sob influência de diferentes DRE`s. Depois vem de arrasto toda a componente "jobs for the boys" e outras que tais, mas acho que só mesmo um idiota acreditaria que com a extinção das DRE´s isso iria parar ou mesmo ser grandemente atenuado. Fecham "aqui" e abrem "ali". Os "poisos" só terminam com a mudança de cor governamental... e mesmo assim, existem alguns que conseguem permanecer intemporais.

Também não convém esquecer que ao eliminar as DRE´s teremos alguns (não vou apontar números porque não os sei) colegas de profissão a retornar às escolas. Mais cortes em horas lectivas... Mais colegas contratados no desemprego. Obviamente que olhando somente para a parte económica até poderá ser vantajoso, mas existem todas as outras componentes que convém não colocar de lado. Não estará Mário Nogueira a dar "tiros nos pés da contestação"? A não ser que alguém (até já estou a prever quem... eh eh eh) me queira provar o contrário, a extinção das DRE´s poderá significar redução nos horários disponíveis para os professores contratados, pois vários colegas que estão actualmente nas DRE´s irão regressar à "base" (ou seja, à sua escola ou agrupamento).

E para terminar uma pequena linha de raciocínio que não irei completar, mas que poderia também ser levada em linha de conta na lógica de Mário Nogueira: DRE´s são apenas cinco... Sabem quantos sindicatos de professores existem? ;)
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16 comentários:

  1. Completamente de acordo. Quanto aos 130 mil (que começaram há um mês por ser 3 depois 7 e até aí com algum rigor) baseiam-se em que contas? Não me parece nada rigoroso atirar números sem os sustentar. Se retirarmos 130 mil docentes das escolas quantos ficam?

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  2. Ricardo,

    já reparáste que na notícia do Público se fala em 30 mil professores e no IOL em 130 mil e a negrito? Em que é que ficamos?

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  3. A ministra respondeu assim à proposta do Mário:

    http://www.publico.pt/Sociedade/ministra-responde-com-gargalhada-a-propostas-da-fenprof_1467545

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  4. Não há ordem. não há nada.

    Quem tem pago até agora foram " as meras necessidades residuais" e agora?

    Preparem-se!!

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  5. O senhor Mário Nogueira esquece-se que tem "telhados de vidro". Quem será que lhe paga este mês o subsídio de Natal? Não me parece que sejam os sindicalizados na Fenprof. À semelhança de quem trabalha nas DREs o seu vencimento é também pago pelo ME.
    Quanto à gargalhada da senhora ministra, não me parece que este assunto a mereça.
    Que "contrapartidas" existem neste ME!!!

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  6. Concordo como Nogueira.

    Acrescento que as DRE´s são dos maioes focus de corrupção da administração pública.

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  7. O último comentário era meu.

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  8. Se não fossem as DRE alguns Directores transformavam-se em Bokassa e o livre arbítrio imperaria.
    Já agora...se eu regressar à escola, o que não me incomoda nada, ao contrário de alguns sindicalistas, sai um contratado para o desemprego e confirmo o raciocínio do Ricardo em vários aspectos.

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  9. Eu exerço funções de gestão e ignoro o que vem da DRE.

    E curiso, não acrescentou nehuma razão que contribua para a melhoria do funcionamento das escolas.

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  10. Deve ser um "Herr" Direktor mesmo "Mau" e com tomates,lol a sua linguagem é demonstrativa de um tirano corriqueiro por aí

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  11. Sem Direcções Regionais é que o Nogueira mandaria nisto tudo. Mesmo assim manda que se farta, tda a concepção do que temos escorreu-lhe da cabeça. Imaginem o homem sem travões.

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  12. "Anónimo disse...
    Deve ser um "Herr" Direktor mesmo "Mau" e com tomates,lol a sua linguagem é demonstrativa de um tirano corriqueiro por aí

    Novembro 22, 2010 11:21 PM"

    Não me conhece. E pouco ou nada escrevi. Quando não se tem agrupamentos debitam-se tretas (Herr, tomates, etc.)

    A mim só uma coisa me move: a qualidade das escolas do meu agrupamento. E mais: fui eleito.

    Coisa de que as criaturas das DRE´s nunca se poderão orgulhar: nada os mobiliza e são comissários políticos.

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  13. Tem razão não o conheço e n deveria tê-lo julgado tão levianamente.Assim já gosto do que leio. Fala de qualidade do agrupamento. Relativamente ao ser eleito, eu já o fui em tempos pelos meus pares, e vc, pela vintena + 1 do CGeral? soube bem?
    Esta criatura tb se mobiliza pela qualidade de um determinado tipo de ensino e n foi para lá pela política mas pela experiência no terreno. Se acabarem com as DRE...continuo de cabeça erguida e disponível para novos desafios. Já houve um iluminado director que me atribuiu 10 turmas e uma DT e cá estou vivinho,lol Tenho colegas seus, Directores, que agradecem a ajuda da criatura e que acham útil conversar coma criatura. O caminho faz-se caminhando....

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  14. "Abençoada explicação" de como fazer um comentário! Ou não!
    Um abraço.

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  15. "E para terminar uma pequena linha de raciocínio que não irei completar, mas que poderia também ser levada em linha de conta na lógica de Mário Nogueira: DRE´s são apenas cinco... Sabem quantos sindicatos de professores existem? ;)"

    Cuidado Ricardo, não compares o incomparável...nem vou pelo óbvio quantos dirigentes a tempo inteiro nos sindicatos? Menos do que o que pensamos, menos do que o necessário...Mas pelo papel dos sindicatos (gostemos ou não deles ou dos seus dirigentes) e até pela forma como cresceram (como cogumelos) alguns sindicatos e com que intenção...

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  16. As DRE não são necessárias no actual modelo de escola. Pelo que me disseram o ministério realizou reuniões na ultima 6ª e 2ª feira com os directores e chefes de secretaria. A partir de agora as indicações provenientes do ministério serão ordens. Aos que estão abaixo só cabe cumprir.Não há discussão. Portanto, a existência das DRE,como elo de ligação a escolas autonomas, deixa de fazer sentido...

    Quanto aos colegas regressarem à escola, vamos estar mal, muito mal de qualquer das maneiras...

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