terça-feira, 20 de julho de 2010

Tremenda injustiça, mas já esperada.

Professora prejudicada por ter sido mãe.

Comentário: Esta situação foi explorada e comentada neste blogue por diversas vezes. Uma colega (neste caso, contratada) que engravide é altamente prejudicada a nível profissional. É uma tremenda injustiça, para quem pretenda formar uma família. Mais, atrevendo-se a querer ter família, uma colega contratada pode perfeitamente deixar de o ser, ou seja, passa a desempregada. E porquê? Porque não é só não poder obter avaliações "de topo", mas sim o que daí advém. Da forma como a avaliação do desempenho está "embebida" nos concursos, a situação de recuo em centenas ou milhares de lugares é mais do que certa. E é nesse recuo que reside o desemprego, como muitos irão constatar quando aparecerem as listas de colocação em finais de Agosto.

É triste, e até certo ponto incompreensível, como é que não surgem mais relatos de situações como estas, quando eu conheço pessoalmente para aí mais umas três em idêntica situação. Deixa-se tudo para "mais tarde", e o "mais tarde" transforma-se em "nunca mais". Enfim...

17 comentários:

  1. TremeNda...falta-te um N!É só um reparo

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  2. As leis são muito bonitas, no papel, (as nossas são as mais avançadas da Europa!) mas a prática é completamente diferente. Enquanto não se atribuir à MULHER (de novo) a sua aptidão mais natural, que é cuidar da casa, dos filhos e do marido, a MULHER continuará a ser enxovalhada. Os patrões pensam isso mesmo, só que, como querem ser «modernos», castigam-nas de uma forma mais subjectiva.
    Há tempos falou-se, com alarde, de casos que teriam ocorrido no «Lidl», em que a empresa alegava que as mulheres não poderiam engravidar, porque só davam prejuízo. É verdade.
    A MULHER (casada e com filhos) deve concentrar-se na família. Ao homem deverão ser dadas melhores condições, principalmente ao nível da remuneração mensal.

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  3. Falei tantas vezes nisto a tantas pessoas...e foi esta a minha última esperança de isto não ir para a frente. Mas das próprias "prejudicadas" algumas dizem que não há problema porque escolhem entre ficar com a nota do ano anterior ou a do ano seguinte, a que melhor lhes convier e isso já as satisfaz. Como já disse várias vezes, cruzei os braços...o pior cego é aquele que não quer ver.

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  4. eu tambem já tinha referido esse caso anteriormente. mas tb não vi ninguem a fazer nada. não se esqueçam que quando acontece uma gravidez de risco mts vezes não se consegue ir buscar a nota do ano anterior. A minha esposa teve nessa situação gravidez de risco, esteve em repouso e depois a licença que em grande parte foi gozada por mim.e ela teve a redução de lei. Avaliação só Bom pq Mt Bom ou Excelente estava fora de questão para uma pessoa que como foi referido "esteve de férias".

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  5. Olá, boa tarde a todos!
    Antes de mais quero felicitar o autor do blog, pela dedicação que tem a este espaço, bem como pelos esclarecimentos que nos tem prestado ao longo dos tempos.
    Geralmente costumo achar os post's do Ricardo de uma grande pertinência e perspicácia, no entanto não posso deixar de discordar com este.
    O que é que nos garante que as professoras em licença conseguiam obter nota de Muito Bom ou Excelente? Não estou a por em causa o facto de as merecerem, ou não....
    Depois acho que não estás a pensar correctamente ao dizeres que centenas ou milhares de colegas as ultrapassam...isso é impossível! O que podes sim dizer é que um colega que tire excelente pode ultrupassar cerca de 2000 colegas(no 1ºciclo), mas nunca o oposto.
    No meu caso que não fui sequer avaliado foram 21 os colegas que me passaram à frente graças à sua menção...
    Não dramatizemos, quem tem dúvidas analisa uma qualquer lista de ordenação e vê que podemos ultrapassar centenas ou mesmo milhares de lugares com as ditas menções, mas nunca o oposto, até porque apenas 25% as atingem e nada nos garante que sejam contratados ou do nosso grupo de recrutamento.
    A quem tiver dúvidas tire a prova dos nove.
    Saudações
    Rui

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  6. Rui, as quotas aplicam-se por "categorias". 25% para contratados; 25% para QA/QEnA; 25% para coordenadores; 25% para avaliadores, não é 25% para todos nós.
    HD, ainda bem que alguém me entende...

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  7. Para Eu:
    Obrigado pela achega, mas mesmo assim é impossível sermos ultrapassados por tantos, lool.
    Sem stress...
    Rui

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  8. Olá, Ricardo. Obrigada por chamares a atenção para esta escandalosa situação. Sinto-me envergonhada por viver num país que tão mal trata os professores e, em particular as mães professoras. Agora pergunto: quem é que, no ensino,está em idade fértil e/ou tem filhos pequenos? a resposta é evidente: as contratadas! As medidas do ME tornaram a docência incompatível com a maternidade e com a vida familiar. Para mim este foi o MAIOR ATAQUE da tuela à profissão. Sabe Ricardo, o que mais me entristece é sentir a indiferença, sobre este assunto, dos sindicatos e dos colegas com família constituída. Sou contratada e quando engravidei, há mais dez anos, tive todos os direitos previstos na lei. No entanto, penso muitas vezes que, se fosse hoje teria de escolher:ser mãe ou ser professora.Depois de tantos anos o que se vê é que não adquirimos nenhum direito e os poucos "foram-se" até o direito a constituir família.

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  9. Rui, fui ultrapassada quase por cem pessoas. 60% dessas pessoas com nota de excelente e a quota para esses é pequena, imagino se fosse um pouco maior...

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  10. Sou mulher e sou contratada. Como tal conheço bem a realidade de algumas mulheres que ao engravidarem não tiveram dúvidas em logo de seguida pedir a gravidez de risco para ficar em casa quase 9 meses. É claro que logo a seguir tiveram direito ( e acho muito bem) aos 4 meses da licença de maternidade. Contudo algumas foram logo depois choramingar ao médico o atestadozinho pelo bébé de um mês e não satisfeitas foram buscar mais um atestado de um mês por elas. Ora não me venham com a conversa que as mamãs não têm acesso às notas de topo.
    Todas nós também conhecemos aquelas que tendo gozado de licença de maternidade pediram na mesma as aulas assistidas para acederem às tais notas. E há quem consiga.
    O problema é que há sempre umas ovelhas que estragam o rebanho e que se aproveitam do estado para ficarem em casa. Gostava de as ver no ensino particular.

    Cumprimentos
    Futura mamã

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  11. Futura mamã, esses casos acontecem, sim, tal como acontece o oposto: as professoras não fazerem nada disso e ficarem excluídas da hipótese de terem uma classificação de mérito, só por terem passado 5 meses em casa.

    E aí, quer queiramos, quer não, as professoras do quadro têm outro estatuto. Quem conhece casos destes com colegas do quadro? Ah, pois é...

    Discriminação pura.

    Carla

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  12. Estes Ministérios têm tido o mérito de rapidamente alcançarem a resignação ds professores. Acho graça que neste momento já não se questione a legitimidade deste modelo de avaliação mas sim quem pode ou não pedir aulas assistidas para aceder às menções de "topo".
    Somos realmente um país de "boa gente"!!!

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  13. Olá Ricardo!

    Muito obrigada pela pertinencia e importancia das tuas postagens!
    Quero engravidar e desconhecia esta situação de podermos ser discriminadas podias por favor mencionar qual é o artigo do Estatuto ou da ADD qur refere estas situações para eu ler e tentar ficar a saber a que vou estar sujeita.

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  14. para anónima "futura mama" nem todas gravidas são assim, espero que não lhe aconteça nada de mal na sua gravidez como aconteceu com a minha para não ter de meter o atestado que a senhora tanto critica.
    está no ensino privado? não gosta de estar lá? então vá para o publico e vá para longe de casa como eu...
    felicidades futura mama.

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  15. Para a colega que está a pensar engravidar:

    Não penses duas vezes. C... na menção da Avaliação. Ser mãe é mais importante que tudo isso.

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  16. É por isso que este país vai ficar na miséria...as pessoas só se importam com o seu umbigo!Falam...falam de barriga cheia! Vê-se mesmo que já se esqueceram quando andaram itenerantes, agora com o seu ordenado de 2000 euros do topo de carreira!
    Esquecem-se quando foram contratados...e nesses tempos as regras matinham-se de ano para ano! Não é como agora que mudam constantemente e quando se concorre com contratada de um ano para o outro, as coisas mudam e temos de estar a trocar de vida constatemente! Sou marido de uma prof. contratada que esteve estes 6 anos a trabalhar fora de casa!Esteve grávida durante este ano e como tal a escola onde está colocada a 220 kms de distância não fez reencaminhamento de contracto. Como tal este ano vai ter de concorrer novamente e devido à alteração da legislação do reencaminhamento de contratos (agora até 31 de Dezemebro) vão-lhe passar à frente milhares de outras pessoas (a quem foi dado o reencaminhamento). Quem quer saber da avaliação, quando está a acontecer isto. Até podia ter tido Excelente que isto acontecia na mesma!

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