terça-feira, 7 de julho de 2009

Concurso de Docentes 2009: Análise da 1.ª fase concursal.

Não é necessário procurar muito, para encontrar notícias relativas a esta fase concursal. Vou tentar fazer aqui uma síntese das mesmas.

(a) Na primeira fase de colocação deste concurso, foram colocados 30146 professores, no entanto, destes, 28392 já eram dos quadros e 1337 ficaram nas escolas TEIP.
(b) Novas «entradas» em quadro, foram apenas 417.
(c) Dos quase 29 mil QZP que concorreram, quase 12 mil ficaram por colocar na 1ª fase.
(d) A esmagadora maioria dos colocados são professores dos quadros que conseguiram colocação em escola/agrupamento ou que conseguiram fixar-se numa escola/agrupamento.
(e) ME prevê colocar na 2.ª fase (Agosto), 38 mil docentes.
(f) A partir do início do ano escolar e até final de Dezembro, o ME prevê colocar cerca de 12 mil professores e depois, através da contratação das escolas durante todo o ano, deverão ser contratados cerca de 15 mil professores.

Resumindo e concluindo, aquilo que o ME apresentou (aqui) ontem num documento estatístico, é uma verdadeira operação de marketing. A FENPROF fez (aqui) uma análise ao documento disponibilizado pelo ME, que merece leitura atenta. Coloco de seguida, algumas constatações relevantes (citando, obviamente, o documento da FENPROF):

Segundo o ME, neste 1.ª fase existiam 18236 vagas positivas. Uma mentira absoluta, pois não foram contabilizadas as vagas «desaparecidas» de QZP. Assim, "no cômputo global, não há 18.236 vagas positivas este ano, mas, se a este número, forem subtraídas, também, as 28.926 que correspondem a docentes dos QZP que foram obrigados a concorrer para o Quadro de Agrupamento, e nele deveriam ser colocados, então o saldo é negativo, correspondendo a 10.690 vagas a menos".

Pior do que isto, são as declarações do ME, relativas à colocação na 2.ª fase de mais de 38000 docentes, uma vez que "as escolas ainda não fizeram o levantamento de necessidades após esta primeira fase de colocação". "O que há são cerca de 38.000 docentes por colocar, entre QZP's e contratados de primeira prioridade, e outros tantos que são identificados pelo ME como "Outros candidatos"."

Resumindo e concluindo, mesmo após 3 anos de reformas (e em grande número), o ME consegue aumentar o número de vagas negativas de 2928 (números de 2005) para 10690! Incrédulos? Eu não, pois era previsível esta situação, quando se soube que as vagas de QZP seriam «extintas».

Infelizmente, isto significa a precariedade por mais 4 anos de milhares de colegas contratados. Mas o pior panorama, nem está aqui. Com a 1.ª prioridade (nesta 2.ª fase) a ser atribuída aos colegas dos quadros que concorrem a DACL (e nos moldes em que será feita - recordo que a partir de agora os colegas QZP não colocados têm de recorrer a este mecanismo), será de prever que apenas com muita sorte, um colega contratado conseguirá nesta 2.ª fase, um horário completo e/ou perto da sua residência.

7 comentários:

  1. No ano passado os concursos DACL tinham de ser feitos no Agrupamento. Será que este ano vai ser o mesmo?

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  2. Relativamente ao DACL, tenho outra questão:

    Já li e reli o DL e o AA, mas uma dúvida subsiste em relação ao DACL: Afinal quais são as opções que se podem/devem manifestar para este destacamento?

    1. O que quisermos (querendo ou não escolher aquele a que pertencemos e/ou os do anexo VII);
    2. O que quisermos + 1 do anexo VII;
    3. O que quisermos + vários do anexo VII;
    4. Obrigatoriamente aquele em que estamos + O que quisermos (ou vice-versa, conforme se preferir);
    5. Obrigatoriamente aquele em que estamos + 1 do anexo VII;
    6. Obrigatoriamente aquele em que estamos + vários do anexo VII;

    A ideia que tenho é que o procedimento lógico deveria ser o 1...

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  3. Depois de tudo o que o governo já tinha feito de mau na educação, este atraso na saída das colocações e a falta de respeito que revela pelos professores não surpreende. Mas o facto de não ser surpresa não diminui a dimensão do problema.
    Como é que o governo quer que os alunos e a sociedade em geral respeitem os professores, se não perdem uma oportunidade de os desprezar publicamente?

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  4. Simplesmente uma estratégia de economia a curto a prazo. Menos gente efectiva, mais precariedade... e menos saída de gastos. Em troca do quê?

    Sim, porque a médio e longo prazo, nem quero imaginar como vai ser a educação... dói-me a cabeça quando começo a reflectir sobre o assunto...

    Uma professora desanimada.

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  5. Obrigado por ter feito um resumo dos dois pontos de vista sobre os concursos. Acho que é sempre interessante a sua leitura.
    Em relação à questão que tinha posto ontem relativamente ao verbete definitivo vir sem as alterações que eu "pedi" por reclamação, ninguém se pronunciou. Mas digo mais, na minha opinião a minha reclamação (desistências de opções de Agrup/concelhos) caiu em saco roto; nem olharam para ela. No meu verbete definitivo nem aparece a opção para consultar a decisão da reclamação. Ainda bem que guardei o recibo da reclamação. Não posso dizer exactamente o que terá acontecido, porque não consigo que me atendam da DGRHE. É só "wake up call", para verificarem bem todas as coisinhas.

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  6. Já neste blog coloquei a questão que o Sputland colocou. Fiquei sem uma resposta que me convencesse. Mas penso que a opção correcta é a 1. O anexo VII é para determinar quem vai para a lista nominativa (se concorrer a algo do anexo não vai, caso contrário...)

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  7. É com tristeza e pesar que constato que tenho oito anos de serviço no 1º ceb e não fiquei colocada.
    Nunca na vida vi um concurso assim com 417 "vinculados".
    Mais uma vez se verifica que estamos a brincar à Escola Pública. Já não bastava o sistema de avaliação.

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