quarta-feira, 29 de abril de 2009

O futuro da escola pública.

Coloco de seguida, o comentário de um colega ao post "Publicidade Governamental", e que merece ser lido. (Os negritos são meus)

"As reprovações nas escolas públicas vão ser gradualmente banidas e a tendência será a de que ao fim de 12 anos de escola todos os alunos possam ter o 12.º ano de escolaridade, fazendo subir com isso os índices de escolarização dos portugueses. O nível de conhecimentos adquiridos será inevitavelmente muito baixo, mas o que importa são as ESTATÍSTICAS, e assim Portugal poderá figurar "orgulhosamente" na lista de países com maior número de anos de escolaridade.

O 12.º ano vai ser em breve a escolaridade mínima obrigatória. Embora os jovens passem a sair do sistema de ensino com poucos conhecimentos académicos, pelo menos, enquanto por lá andam também não figuram nas estatísticas dos desempregados, o que também é bom para as tais ESTATÍSTICAS.

Assim, o facto de virem a exibir o certificado de habilitações do 12.º ano deixará em breve de dar qualquer indicação às entidades empregadoras relativamente às reais qualificações dos jovens que então vão sair das escolas e, em consequência, terão que ser as entidades empregadoras a testar os conhecimentos dos candidatos aos empregos que oferecerem. Não começaram já a fazê-lo há algum tempo?

Os alunos que frequentarem as escolas públicas poucas possibilidades terão de atingir os necessários conhecimentos para prosseguirem os estudos. Assim, os pais que desejem para os seus filhos um curso superior terão que começar a consciencializar-se desde já que a escola pública não será o caminho aconselhável para a preparação dos seus filhos, mesmo que sejam crianças inteligentes e interessadas. O ambiente não será o melhor para que tenham sucesso por vários motivos:

1.º) na mesma sala coexistirão muitos alunos com fracos conhecimentos, porque não havendo reprovações, não haverá necessidade de empenho, nem nos estudos, nem na assiduidade às aulas;
2.º) com o fim do ensino especial terão por colegas jovens com deficiências várias: auditivas, de comunicação e até psíquicas;
3.º) nem todos os jovens são génios: há génios, mais ou menos inteligentes e até jovens com capacidade de aprendizagem muito limitada. Mas a escolaridade obrigatória é para ser conseguida por todos eles. Quem não a conseguir nunca será um verdadeiro cidadão e poderá nem ter acesso a tirar uma simples carta de condução para ser um mero distribuidor de bilhas de gás.
3.º) porque todos os jovens são obrigados a frequentar a escola enquanto menores, mesmo que por ela não revelem qualquer interesse, terão por colegas outros jovens que apenas por lá andam porque o sistema a isso os obriga. Alguns deles utilizam a escola, os colegas e até os professores para se divertirem, gozando-os e boicotando as aulas.

Enfim, o Ensino vai de mal a pior!

Zé da Burra o Alentejano"


Acrescentaria eu, então, que a próxima fase será tornar ainda mais fácil, o acesso ao ensino superior. Quando isso ocorrer, o ciclo do sucesso estatístico fica completo.

3 comentários:

  1. A redução do nº de desempregados deverá ser o real motivo da medida é sem dúvida, porque enquanto os jovens se encontram qualificados como "estudantes" não estão desempregados, e o desemprego é cada vez mais um problema para este pobre país. Só não entendo, e gostaria que alguém esclarecesse, porque é que os nossos Governos continuar a pedir para se aumentar a natalidade. Será que desejam aumentar ainda mais o nº de desempregados ou daqui a 20 anos o problema do desemprego já está ultrapassado? Infelizmente, não me parece! Mesmo que isso acontecesse há zonas do globo onde há milhões de desempregados...

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  2. Esqueceu-se o autor(a) do post, que existem formas de evitar misturas.

    Como escolas/turmas de nível.

    Por regra sou contra as reprovações nos anos iniciais, já que em nada contribuem para o aumento dos conhecimentos dos alunos, e só contribuem para o agravamento do ambiente das escolas básicas.

    Posto isto, sou contra a escolaridade obrigatória de 12 anos.

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  3. NÃO HÁ FUTURO ASSIM, TODA A GENTE SABE DISSO E CONSEGUE VER.

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