quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Pressão para não chumbar.

No Correio da Manhã de 20/11/2007: "Os professores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino de algumas escolas estão a ser pressionados pelos conselhos executivos, no sentido de evitarem ao máximo as negativas (notas inferiores a três), já no primeiro período lectivo.

A pressão dos conselhos executivos começou a sentir-se no início deste mês, em consequência das inspecções que vão ter lugar até ao final do ano, a propósito da avaliação das escolas.

Como a concessão ou não do contrato de autonomia depende do resultado da avaliação, os conselhos executivos estão a organizar várias iniciativas, como reuniões gerais, com o objectivo de causar impressão positiva aos inspectores.

Como está instituído que um dos critérios que mais peso terá na avaliação das escolas é o índice de aproveitamento escolar dos alunos, os conselhos executivos estão a canalizar todas as suas recomendações no sentido de que as negativas sejam evitadas ao máximo.
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Para Lurdes Salgueiro, do Sindicato dos Professores do Norte, “a pressão sobre os professores para que os meninos passem todos já vem de há alguns meses a esta parte, mas tem vindo, de facto, a intensificar-se e estas inspecções de avaliação estão, sem dúvida, a adensar o mau ambiente que, genericamente, se vive nas escolas”.

“O famoso ranking das escolas vai deixar de ser feito segundo as notas finais dos alunos, mas segundo os resultados dessas inspecções. No entanto, sabe-se que o Ministério valorizará sempre mais as escolas que apresentarem melhores resultados”.

Consequência imediata destas inspecções, as escolas apressaram-se a actualizar o chamado projecto curricular de escola e a alertar o corpo docente para a importância de estudar “a fundo” esse documento. É que, pelo que constou, no diálogo com os professores, os inspectores começam precisamente por perguntar se o docente conhece o projecto curricular de escola. Este aspecto terá levado alguns conselhos executivos a promover sessões de esclarecimento sobre esses projectos.

Saber o que tem feito o docente no âmbito da recuperação dos alunos, é outra das questões tidas por obrigatórias e que, segundo o Sindicato, acaba por resultar em “pressão sobre os professores”.
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O Inspector Geral de Educação, José Maria Azevedo, diz que “é desajustada a ideia de que as avaliações externas possam induzir qualquer falso sucesso”.

Em declarações ao CM, o chefe dos inspectores disse que “estas avaliações até são feitas a pedido das próprias escolas, já que tiveram por base uma candidatura.”

“Não faria sentido estarem agora a usar procedimentos administrativos que distorcessem a realidade”, acrescentou. Para além disso, José Maria Azevedo sublinhou que as notas do primeiro período não terão qualquer peso na avaliação das escolas.

“A progressão dos alunos é um dos pontos, não o único nem o mais importante. Mas isto tem a ver com as notas dos últimos anos e a evolução que se tem verificado e não propriamente as notas do Natal”, esclareceu José Azevedo, referindo que “se estas avaliações levarem a que os docentes se inteirem do projecto educativo e que as escolas se preparem para a avaliação, é positivo”.

De resto, avisa que “as escolas portuguesas continuam a ter elevadíssimas taxas de retenção”.(...)"


Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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A ser verdade... não é de estranhar! Com tudo aquilo que tem vindo a ser feito por este Ministério da Educação, se este tipo de situações não ocorresse seria ilógico... Sucesso "forçado"! No entanto, mesmo vindo de quem vem este tipo de "medidas", acho exagerado começarem a fazer pressão tão cedo. Aliás, nem deveria existir pressão, mas isso é conversa "perdida"! Estou mesmo a ficar conformado com esta situação... Infelizmente... Da maneira que isto está a evoluir, em Agosto já estamos a levar "bastonadas psicológicas" no sentido dos 100% de positivas.
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