domingo, 9 de setembro de 2007

Ano lectivo arranca para mais de 1,7 milhões de estudantes.

No Jornal de Notícias de 09/09/2007: "A partir de quarta-feira - e, progressivamente, até dia 17 -, as sinetas das escolas deixam a apatia profunda em que haviam caído para recomeçar a marcar o dia-a- -dia de alunos e professores. É o início de um novo ano lectivo, em que, graças à aposta num ensino profissionalizante, o número total de alunos deverá registar um novo aumento, indo além dos 1,7 milhões (os números totais ainda estão a ser apurados). Se, por um lado, o Ministério da Educação (ME) se orgulha das novas medidas introduzidas, professores e encarregados de educação recebem-nas com alguma desconfiança e preferem fazer como S.Tomé ver para crer.

Com novos cursos profissionalizantes e o incremento de alguns apoios económicos, o ME pretende piscar o olho a muitos adolescentes que têm abandonado o sistema de ensino com baixa escolarização. As velhas "secundárias" começam a receber obras de requalificação, de forma tornarem-se ainda mais atraentes e funcionais para quem nelas trabalha e estuda. E, depois, há ainda os manuais escolares, que passam a vigorar por seis anos, computadores e quadros electrónicos que começam a ocupar as salas de aula e professores titulares que se "estreiam" nas escolas.
(...)
Para a classe docente, este será também um ano de mudança, com o início de funções dos professores titulares, cujo concurso levantou protestos acesos e, inclusive, um olhar crítico por parte do provedor de Justiça.

"Para já, o que se constata é a completa inaplicabilidade do conceito de professor titular, responsável por muitos cargos de responsabilidade, face à realidade das escolas", faz notar João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação. No seu dizer, neste momento os professores vivem "a insatisfação de como todo o processo de revisão da carreira foi imposto". E lamenta que o ME tenha feito dos sindicatos "alvos a abater", não negociando com eles e avançando "sozinho ao encontro de soluções desadequadas".

Também Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, realça as "situações de grande conflito" que já se vivem nas escolas, face à distribuição de serviço aos professores titulares. "Por um lado, há professores que vão ficar sobrecarregados com cargos e tarefas de avaliação de outros professores, por outro as escolas protestam por não poderem atribuir determinados cargos a professores de confiança mas que não são titulares. Nem o Ministério da Educação sabe como vai resolver estas questões", salienta.

E se a ministra da Educação sublinha a estabilidade na colocação de professores que diz ter sido registada este ano, ambos os sindicalistas discordam da ideia. Mário Nogueira recorda os 3151 professores do quadro que foram aposentados no passado ano lectivo. "Nenhum desses lugares foi preenchido, não houve acesso aos quadros. Isso é estabilidade?", questiona.

Por sua vez, João Dias da Silva é de opinião que só pode haver estabilidade no concurso de professores quando o ME "determinar as necessidades permanentes de professores nas escolas, o que, assegura, "nunca foi feito".

Os apoios económicos anunciados para os alunos são vistos como importantes pelos dois sindicalistas, embora assinalem o facto de terem ficado aquém do que poderia ter sido feito."

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